Os cinco do Central ParkOs cinco do Central ParkOs cinco do Central ParkOs cinco do Central Park
  • Início
  • Episódios
  • Último Episódio
  • Sobre
  • Contato
  • Apoio
✕

Os cinco do Central Park

Categorias
  • Assassinato
Tags
  • central park
  • central park five
  • olhos que condenam
  • os cinco do central park

Central Park 5

Tentativa de assassinato | 1989

Nova York, EUA
1 vítima
5 a 10 anos de prisão
Inocentados

Patricia Ellen Meili nasceu no dia 24 de junho de 1960 em Paramus, New Jersey. Ela era especialista em economia pela Wellesley College e tinha um mestrado em Yale. Em 19 de abril de 1989, Trisha, como era conhecida, tinha 28 anos e estava correndo no Central Park pouco antes das 21 horas. Enquanto corria, ela foi derrubada e arrastada quase 91 metros da estrada e então foi estuprada e espancada quase até a morte. Mais ou menos 4 horas depois, às 1:30 da madrugada, ela foi encontrada nua, amordaçada, amarrada, e coberta de lama e sangue, em um buraco raso numa área arborizada do parque.

Dois homens que estavam andando pelo parque, ao norte da rua 102, encontraram Trisha, que ainda estava viva. No momento em que foi encontrada, ela estava usando somente um sutiã. Ela estava deitada no local, aparentemente há algumas horas, já que sua temperatura corporal estava muito baixa, e um pedaço de tecido estava enrolado no rosto dela, o mesmo material foi usado para prender os pulsos dela no rosto. Ela tinha sido atingida repetidamente na cabeça e estava coberta de lama aparentemente por ter sido arrastada pela floresta em direção à área com árvores

Trisha foi levada ao Hospital Metropolitano, onde ficou internada em estado gravíssimo. Além da cabeça fraturada ela ainda tinha perdido grande parte dos fluidos corporais e ficou em coma por 12 dias. Ela sofreu hipotermia grave, danos cerebrais graves, choque hemorrágico grave e perda de 75 a 80% do sangue, além sangramento interno. O crânio dela foi tão fraturado que o olho esquerdo saiu da órbita.

Trisha Meili em 2005

O ataque à corredora na verdade fez parte de uma série de ataques que estavam acontecendo no parque. Conforme identificado pelo relatório Morgenthau e The New York Times em uma revisão de 2002 do caso, algumas das outras vítimas desses ataques foram:

  • Michael Vigna, um ciclista competitivo, foi atacado por volta das 21h05;
  • Antonio Diaz, 52 anos, que caminhava no parque próximo à 105th Street, foi derrubado por adolescentes por volta das 21h15, teve sua sacola de comida e uma garrafa de cerveja roubados. Ele ficou inconsciente, mas logo foi encontrado por um policial.
  • Gerald Malone e Patricia Dean, andando numa bicicleta tandem, foram atacados na East Drive ao sul da 102nd Street por volta das 21h15 por meninos que tentaram pará-los e agarrar Dean; o casal chamou a polícia depois de chegar a uma cabine telefônica.
  • David Lewis, banqueiro, atacado por volta das 21h30;
  • Robert Garner, atacado por volta das 21h30; David Good, atacado por volta das 21h47;
  • John Loughlin, o professor de 40 anos, foi espancado e chutado gravemente por volta das 21h40 às 21h50 perto do reservatório e ficou inconsciente. Ele também teve um Walkman e outros itens roubados.

Três das vítimas eram negras ou hispânicas, como a maioria dos suspeitos, dificultando qualquer narrativa para atribuir os ataques apenas a fatores raciais.

A polícia acredita que um grupo de 30 a 32 adolescentes eram responsáveis pelos ataques e começou a prender os suspeitos. Eles levaram cerca de 14 jovens em custódia e acabaram prendendo cerca de 10 desses jovens. Dentre esses jovens, 4 negros e 2 hispânicos foram indiciados em 10 de maio por agressão, roubo, motim, estupro, abuso sexual e tentativa de assassinato de Trisha e um homem não relacionado, John Loughlin. O promotor planejou julgar os réus em dois grupos e, em seguida, marcou o último julgamento do sexto réu. 

Antron, Raymond, Kevin, Yussef e Korey

Kevin Richardson, 14 anos; Yusef Salaam, 15 anos; Raymond Santana, 14 anos; Antron McCray 15 anos; e Korey Wise 16 anos, foram interrogados separadamente por quase trinta horas, sem direito a comer, beber ou dormir. A polícia falou para os adolescentes que, se colaborassem, poderiam ir para casa. Exaustos, os cinco acabaram confessando o crime.

Nas semanas seguintes aos interrogatórios, os cinco jovens retiraram as confissões e se declararam inocentes, além de recusarem os acordos de confissão para as acusações de estupro e agressão. Nenhum DNA dos suspeitos combinava com o que foi coletado em amostras de sêmen na cena do crime. Na verdade, não havia nenhuma evidência física que conectasse qualquer um dos 5 jovens ao ataque. 

Como Yusef e Antron tinham 15 anos e Raymond, 14 anos, na época do crime, cada um deles foi condenado pelo juiz Thomas B. Galligan ao máximo permitido para jovens, 5 a 10 anos cada em uma instituição correcional para jovens. Richardson foi o único dos cinco réus a ser condenado por tentativa de homicídio, além de sodomia e agressão a Trisha, e roubo e motim no ataque a John Loughlin. Ele foi condenado a 5–10 anos em uma instituição juvenil. Korey Wise, de 16 anos na época do crime, foi absolvido de estupro e tentativa de homicídio, mas foi condenado por acusações menores de abuso sexual, agressão e tumulto. Por causa de sua idade e da natureza violenta da acusação de crime, ele foi julgado e sentenciado como um adulto, recebendo de 5 a 15 anos de prisão para adultos.

Em 2001, Matias Reyes, um assassino condenado e estuprador em série, que cumpria pena de prisão perpétua, confessou as autoridades que havia estuprado Trisha, inclusive fornecendo evidências que confirmavam a confissão, e disse que cometeu o crime sozinho. O DNA dele também combinava com o encontrado na cena do crime. Foi Korey quem cruzou com ele na prisão, e fez com que Matias resolvesse confessar o crime. Matias não foi processado pelo crime porque ele já tinha prescrito.

No ano seguinte, em 2003, os cinco homens processaram a cidade de NY por acusações maliciosas, discriminação racial e sofrimento emocional.

“Eles deviam ser forçados a sofrer e, quando eles matassem, eles deveriam ser executados pelos seus crimes. Eles devem servir de exemplo para que outros pensem bem antes de cometer um crime ou ato de violência” – escreveu Trump no anúncio

Donald Trump, que na época era só um magnata da indústria imobiliária estava convencido que os adolescentes eram culpados pelo crime e fez diversas declarações à mídia, Além disso, ele gastou cerca de U$ 85.000 (cerca de 456.450,00 reais na cotação de hoje), em quatro anúncios, de página inteira, com o título “Tragam de volta a pena de morte, tragam de volta nossa polícia”. Ele escreveu num desses anúncios “Eu quero odiar esses assassinos e sempre irei. Não estou procurando por psicanálise ou querendo entendê-los. Estou querendo puni-los”. Numa entrevista à CNN, Trump declarou que “Talvez ódio seja o que nós precisamos se quisermos algo feito/formos fazer algo”

Durante a campanha presidencial em 2016, Trump foi questionado pela CNN sobre os anúncios que ele fez sobre o Central Park Five e a resposta dele foi “Eles admitiram que eram culpados. A polícia que fez a investigação original diz que eles eram culpados. O fato de que aquele caso foi encerrado com tantas evidências contra eles é ultrajante.”

Em 2003, 14 anos após o ataque, Trisha Meili se apresentou e confirmou que ela era a vítima em um livro chamado I Am The Central Park Jogger. Após os 12 dias de coma, Trisha acordou e disse que não se lembrava de nada do que tinha acontecido. Logo após o ataque, ela largou o emprego como banqueira de investimentos para trabalhar com sobreviventes de violência sexual além de trabalhar como palestrante motivacional e ainda correr.

Trailer – Olhos que condenam – Disponível na Netflix
Oprah apresenta: Olhos que condenam – Disponível na Netflix
Trailer – The Central Park Five


Fontes: 

https://www.nytimes.com/1989/04/26/opinion/the-jogger-and-the-wolf-pack.html

https://en.wikipedia.org/wiki/Central_Park_jogger_case

https://oglobo.globo.com/mundo/cinco-do-central-park-acusam-trump-de-aticar-ira-publica-apos-lancamento-de-olhos-que-condenam-23726812

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_corredora_do_Central_Park

https://oglobo.globo.com/cultura/revista-da-tv/promotora-que-condenou-inocentes-por-estupro-cai-em-desgraca-apos-serie-olhos-que-condenam-23723634

https://www.wsws.org/pt/articles/2019/06/13/pers-j13.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/08/cultura/1560006653_411013.html

Compartilhar
sdalcin
sdalcin

Posts Relacionados

9 de novembro de 2021

Família Bender


Leia mais
27 de janeiro de 2021

Andrei Chikatilo


Leia mais
9 de dezembro de 2020

Galdino Pataxó


Leia mais

2 Comments

  1. Pietro Piai Amadi disse:
    15 de fevereiro de 2021 às 15:57

    qual o nome da musica?

    Carregando...
    Responder
    • Shirlei Dalcin disse:
      15 de fevereiro de 2021 às 16:21

      Oi Pietro, a música é Soul Challenger, MC Cullah.
      O podcast tem uma playlist lá no spotify também se tu quiser seguir 🙂
      Em breve atualizaremos ela https://open.spotify.com/playlist/0s8K7FjXOP49dNBdRH0jkk?si=342c0dd8229f438e

      Carregando...
      Responder

Deixe uma resposta para Shirlei DalcinCancelar resposta

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

COPYRIGHT 1001 Crimes - Desenvolvido por Shirlei Dalcin - 2022. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
    %d
      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “Aceitar” ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.AceitarNãoPolítica de privacidade '
      Você pode revogar seu consentimento a qualquer momento clicando em "revogar"Revogar